quarta-feira, 2 de abril de 2008

Trabalhando e rindo

Porque as empresas também não deveriam ter uma (sala de recreio), pelo menos? Porque nós sempre falamos: oi, benzinho, hoje à noite vamos ver uma comédia para rirmos e relaxarmos um pouco?(Não estamos falando de programas políticos) E nunca dizemos: oi, bem, estou indo para a empresa para me divertir um pouco... Porque lá é um lugar de gente séria, gente que não brinca em serviço. Nunca! Imaginem se eu, um operador de ponte rolante, fica rindo no serviço. Qualquer coisa, pimba. A carga caindo na cabeça de alguém. A atenção é fundamental, não há dúvida, e para tudo tem há sua hora. Mas ninguém pode ficar tenso durante um turno inteiro. Disso advirá o estresse, o colapso, e todos nós sabemos os acidentes. O riso é fundamental para a nossa existência porque está ligado à nossa emoção. Dentre as funções da expressão emocional, o riso vem em primeiro lugar, pois, segundo Darwin, estudado por Asch (1977), os movimentos faciais a que denominamos expressivos eram, originariamente, parte de atividades práticas. Mostrar os dentes fazia parte da preparação para o ataque.
Quais são os últimos anúncios de TV que lembramos dos últimos seis meses? Dos engraçados, dos que os trazem o riso, a descontração.
Para falarmos do riso e sua história, levaríamos muito mais tempo do que dispomos hoje. Desde a interpretação de Darwin, que afirmou que o riso atual é a evolução de uma expressão facial de ataque até a expressão emocional que temos hoje, até às ultimas descobertas dos efeitos do riso em nosso metabolismo .Sabe-se hoje que ele é fator importante para a secreção de enzimas que protegem o estômago, que ajuda no aumento de anticorpos naturais do organismo que combatem infecções respiratórias. O riso também ajuda no transporte de nutrientes e oxigênio para os tecidos corporais, liberando também endorfinas que atuam como analgésico natural. O riso provoca a liberação de um neurotransmissor chamado serotonina, que agiliza a comunicação entre os neurônios. Se, ao contrário, o organismo se encontra submetido ao estresse ou está sobrecarregado de tensão, os circuitos neurais acusam a falta de serotonina, alterando assim a comunicação entre estes e, consequentemente, provoca o desequilíbrio do organismo afetando, portanto, o processo cognitivo. O riso é um grande facilitador do aprendizado. Nérici (1973, p.14) afirma que: "A educação tem de se inspirar na Filosofia devido à convicção de que o homem não pode ser tratado como objeto, mas como algo excepcional que se revela pela sua criatividade, sua tendência para a liberdade, sua capacidade de auto-limitar-se e de aspirar, bem como a sua inquietação interior, que o impele para o transcendental". Precisamos muitas vezes articular um pequeno mas sincero sorriso a fim de nos aproximarmos de alguém e isto também se dá no processo ensino-aprendizagem. Fazemos nossas as palavras de Grisi (1985, p. 11) quando diz: "O regime de disciplina férrea não cria caracteres viris, antes pode formar indivíduos subservientes ou amargurados.”.
O humor e o seu efeito, o riso, atuam como antídotos à desconfiança e ao stress .Herbert Lefcourt um eminente psicólogo da Universidade de Waterloo, no Canadá, estudou a hipótese de que o senso de humor, e o seu uso, podem alterar a nossa resposta ao stress. Na sua pesquisa, pessoas foram consultadas sobre a freqüência e a severidade de mudanças estressantes ocorridas com elas nos últimos seis meses, e os seus recentes distúrbios de temperamentos eram avaliados. Lefcourt aplicou testes de avaliação de humor, percepção de humor, riso, e esforços de inclusão de humor e riso nas formas de vida de cada um. Resultados da pesquisa mostraram que a habilidade de incluir a prática e o senso de humor podem alterar positivamente as perturbações de estados de espírito resultantes de eventos negativos. Não fumar, manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos, já está provado, são medidas que fazem viver mais e melhor. Agora, a medicina estuda a importância do bom humor e dos sentimentos positivos na prevenção de determinadas doenças e até mesmo como fator de recuperação de pessoas vitimadas por moléstias graves. O surradíssimo ditado "rir é o melhor remédio" começa, enfim, a ganhar respaldo científico. Pesquisas recentes comprovam que boas risadas (nada a ver com aquelas que somos obrigados a dar quando o chefe conta uma piada sem graça) podem ter o efeito de uma sessão de ginástica. Protegem o coração, aliviam o stress, fortalecem o sistema imunológico, facilitam a digestão e limpam os pulmões (veja quadro).
A risada é o principal objeto da maioria desses estudos, por se tratar da expressão mais explícita do bom humor e da positividade. Sua interferência no funcionamento do corpo é, portanto, mais fácil de ser medida. "Quando rimos, rimos com o corpo todo", define o psiquiatra americano William Fry, da Universidade Stanford, especialista no assunto. Um dos seus maiores efeitos é reduzir a liberação dos hormônios associados ao stress, o cortisol e a adrenalina. Em excesso, essas substâncias enfraquecem as defesas do organismo e elevam a pressão arterial, criando o cenário para o desenvolvimento de infecções e para um infarto. Um estudo revelador sobre os benefícios do bom humor para a saúde do coração foi conduzido pelo patologista Lee Berk, diretor do Centro de Neuroimunologia da Universidade de Loma Linda, na Califórnia. A equipe do doutor Berk acompanhou durante um ano 100 homens que já haviam enfartado, monitorando diariamente a pressão arterial, as taxas de adrenalina e as doses de medicamentos de cada paciente. Eles foram divididos em dois grupos, dos quais um era obrigado a assistir meia hora por dia a uma comédia televisiva. O resultado foi surpreendente: os que foram submetidos às sessões de risada sofreram menos episódios de arritmia, apresentaram redução na pressão arterial e tiveram de tomar menos remédios contra angina. A recorrência de infarto no grupo dos risonhos foi de 8%. No outro, de 42%.

* O humor nos permite mudar a perspectiva de nossos problemas, e com o afastamento, nos permitimos sentir autoprotegidos, com o ambiente à nossa volta sob controle. Freud anotou a poderosa influência psicológica do estado de humor: Como o espirituoso e o cômico, o humor tem um elemento de libertação. É o triunfo do narcisismo, a assertiva vitoriosa do ego de sua própria invulnerabilidade,”(Chistes, 1905). Quando optamos por rir de ou sobre uma determinada situação, nós passamos a nós mesmos a mensagem sutil: ”Veja, Isto não é tão ameaçador. É risível e absurdo de certa maneira. “Não posso levar tão a sério.”

* A palavra humor tem muitos significados. “A raiz de onde advém é “umor”“, significando líquido, fluido. Na Idade Média e Renascença, humor era um dos quatro fluidos básicos do corpo que determinavam o temperamento e saúde humanos (sangüíneo, fleumático, colérico, melancólico). Um dicionário define humor como “a qualidade de ser risível ou cômico” ou “estado da mente, temperamento, espírito”. Humor, em todos os sentidos, é algo que flui, envolvendo características básicas do indivíduo que se expressam no corpo, em temperamentos e reações emocionais, e em maneiras de sentir, pensar, e de espírito. As qualidades de humor e espírito são similares, e interdependentes Ou, como Sócrates resumiu: “Da mesma forma que não se cuida dos olhos sem se cuidar da cabeça, da cabeça sem se cuidar do corpo, não se cuida do corpo sem se cuidar da alma”.

* Rimos porque nos sentimos aliviados. Freud e Bérgson, cada um à sua maneira, indicaram a importância. MOODY Jr. (1978, p.133) citando Freud, que diz: Assim como a sagacidade e o engraçado, o humorismo possui em si um elemento liberador. Porém, também possui algo sutil e animador, que falta nas duas outras formas de extrair prazer de uma atividade intelectual. Sem dúvida, o que há de sutil nele é o triunfo do narcisismo, afirmativa vitoriosa do ego sobre a sua própria invulnerabilidade. Recusa-se a ser ferido pelas flechas da realidade ou ser compelido a sofrer. Insiste em ficar imune aos ferimentos do mundo exterior, na verdade, que estes são apenas oportunidades para alcançar o prazer. Este último traço é uma característica fundamental do riso. Para Bérgson,

O riso é o resultado da súbita transformação de uma expectativa tensa em nada. Nos circos, nos intervalos entre os números arriscados de domadores e trapézios, recorre-se aos palhaços para aliviar a tensão da platéia. E na origem dos palhaços, dos seus antepassados, os bufões e os bobos da corte, encontramos os fundamentos da caricatura e do humor gráfico.

* O riso foi desde o ínicio entendido como a resultante direta dos baixos instintos. Platão desconsiderou a comédia na sua República e Aristóteles deduziu que era produzido abaixo do diafragma, em meio aos calores excrementícios. E por isso mesmo, condenável na maior parte de suas manifestações. Era sempre associado à zombaria, ao sarcasmo e ao deboche. Para os cristãos, uma invenção do diabo. Apesar de registros de ocorrências cômicas na Igreja, o riso era desestimulado como uma facilitação ao pecado e ao prazer. Nas cortes, utilizavam as deformações e os anões para induzirem o riso dos nobres. Os anões se transformavam em bobos da corte. Produziam um efeito cômico imediato, pois nisto reside à maneira mais simples de explicarmos o riso. Entre a figura austera e padronizada do rei e a do bobo (a sua réplica reduzida, fora do padrão) produz-se a justaposição e a comparação, cujo efeito é o riso.

Nas últimas luzes do Renascimento, no século XVII, o riso escapa da censura da Igreja através do desenho dos irmãos Carracci, e nasce a caricatura, ou o ritrati carichi, o retrato carregado. Pelo mesmo mecanismo do bobo da corte, eles modificam a figura humana para torná-la idêntica a um anão, e com isso, atingir o cômico. Nascia assim uma nova expressão da arte visual que, impulsionada pelo desenvolvimento da Imprensa, da litografia e outros meios de reprodução, atingiria rapidamente o gosto popular, tornando-se em duzentos anos um dos principais registros da cultura de uma época. Até hoje.

Algumas considerações iniciais...

O humor gráfico como método para a mudança pessoal e na empresa .
Rir não somente é o melhor remédio, mas pode ser também a chave para incentivar a sua criatividade.
E melhorar o seu desempenho na empresa!

Uma visão humorosa não é um dom: é um aprendizado.

Um exercício da fantasia, a caricatura reúne os elementos básicos do humor, como a idéia, o afastamento, a comparação , e finalmente, a surpresa, o espanto libertador das tensões, o riso.. O cartunista Guz utiliza a caricatura e o cartum como um método para refletir sobre o mecanismo do riso. A caricatura requer dois impulsos artísticos básicos: observar a realidade objetivamente para transformá-la subjetivamente. Há um comprometimento pessoal de quem a exerce, pois deve trazer as coisas comuns, diárias, naturais , para dentro de sua experiência. A necessidade de afastamento do modelo traz uma maior liberdade de análise, e o ato de desenhar é o ponto de partida para a ordenação da idéia, um caminho para o pensamento eficaz. Não nos esqueçamos que foi a partir do esboço de um ratinho simpático que se construiu um dos maiores impérios de comunicação do osso tempo. Porisso mesmo, o desafio do papel branco é o principal obstáculo a ser ultrapassado. Esboçar , iniciar alguma coisa , é arriscar. Para se atingir a liberdade de criar, temos que arriscar-nos para o novo, atuar contra o medo. Principalmente o medo de errar.

Na era da imagem, ao nos expressarmos pela linguagem gráfica, simplificamos a comunicação. Ao nos atermos a um tema específico, e ao tentar caricaturá-lo, estaremos despertando dentro de nós um processo criativo que interage e envolve todos os participantes. Como treinamento, a caricatura pode ser usada como ponto de partida para a introdução do humor em grupo, a administração de conflitos, para um processo ordenado de geração de idéias e solução de problemas.

É uma iniciativa pioneira do cartunista e consultor Guz / Paulo Cangussu na transferência de conceitos e técnicas sobre o humor gráfico, envolvendo desde as premissas condicionantes do riso, técnicas rápidas de desenho e geração de idéias. Não são necessárias habilidades artísticas ou conhecimentos anteriores do "saber desenhar".. A afirmação, algo surpreendente à primeira vista, tem uma explicação : o que se pretende é a aderência do humor no cotidiano dos participantes. O cartum muitas vezes é a ausência do "bom" desenho e se atribui um valor especial à expressividade e espontaneidade do traço, já que permite acentuar o sentido de estranheza com relação aos padrões normais. "É no afastamento do modelo que você cria a diferença que, através de uma comparação instantânea com a imagem que se tem registrada na experiência de cada um, escapa da censura e provoca o riso.

O workshop Humor SA desloca para o primeiro plano um assunto quase nunca desvelado na empresa: o prazer. A satisfação de estar lá, avançando, convivendo, trocando, transferindo, imaginando, criando. Compromissados com o crescimento pessoal, da equipe e da empresa. Assim, através do humor gráfico, discutimos o riso, sua evolução e suas condicionantes. Num ambiente descontraído temas como medo, risco, erro, liberdade, criatividade, são explorados e vivenciados através de exemplos, demonstrações, e exercícios. Os participantes são chamados a participarem dos projetos em elaboração através de equipes e duplas.
Duração: Um dia inteiro (dois períodos de 3,5h; intervalo para almoço entre os períodos e coffee break no meio do período da manhã e à tarde)
Público Alvo: Todos os níveis da empresa

Pré-requisitos: Nenhum. Não é necessária nenhuma habilidade anterior com o desenho.


Alguns tópicos abordados:
Escondido atrás da piada e do riso está o humor.
A liberdade.
A criatividade também?
Quanta coisa!
Você conhece as dez últimas?
Piadas para quem não sabe contar piadas.
Por falar nisso, você está rindo por quê?
O mecanismo do riso.
Sinergia: ri melhor quem ri acompanhado.
O melhor exemplo: o bobo da corte.
A comparação e a cambalhota.
Fugindo do impasse e de sua angústia: distanciar-se é criar alternativas.
Santa Endorfina.
Acabando com o medo, pelo menos no papel.
Esboçar é arriscar.
Um império de cem bilhões de dólares a partir de um ratinho.
A linguagem do desenho. Soltando a mão. Caricare e caricatura. Contando a história, rapidinho.
Os mestres: Da Vinci, Carracci, Hogarth, Daumier, J.Carlos, Henfil. A caricatura e seus derivados: a charge, o cartum, o desenho de humor.
Calma, gente, eu chego lá.
A revolução de Steinberg e o humor moderno.
Nossos craques.
A idéia.
Como gerar mais e melhores idéias.
Desculpem, mas duas ou tres regrinhas não fazem mal nenhum.
Eta turminha apressada.
Os primeiros passos.
Dado um tema, vamos usá-lo para nos matar de rir.
Solucionar um problema é transformá-lo numa piada. Observar é saber olhar e imaginar.
O caminho mais curto entre dois pontos é o ônibus.
Descubra o Millôr de você.
Foi um prazer conhecê-los, meus colegas humoristas.
Não esqueçam os diplomas: alguém aí conhece melhor utilidade para uma parede?

Depois do Personal Trainner, o HUMOR TRAINNER !